Doutor Estranho - Mordo e a Decepção com A Igreja


Por: Elias Otávio


Em 2016 foi introduzido no universo cinematográfico da Marvel (MCU) o mundo místico que até então tinha sido pouco explorado na pela franquia de filmes da Marvel. Portais, escudos mágicos, outras dimensões e criaturas interdimensionais são apenas alguns conceitos explorados no longa de Doutor Estranho (interpretado por Benedict Cumberbatch).

Na figura de um cirurgião com as mãos danificadas somos levados a Kamar-Taj, o local onde a Anciã (Tilda Swinton) vive e treina os magos para proteger a terra e a dimensão de ameaças como o ser místico Dormammu que planeja destruir toda a vida [coisa típica de vilão].

Dentre os personagens somos apresentados a Mordo (Chiwetel Ejiofor) que ajuda Strange a encontrar a Anciã, não existem muitas informações sobre seu passado apenas que sua personalidade rígida é resultado de sua juventude intensa e como o mesmo diz para a Anciã ele a procurou para ter poder para derrotar seus inimigos e ela deu uma para derrotar seus demônios e viver de acordo com as leis da natureza, ao que ela responde: “Nunca nos livramos de nossos demônios, apenas aprendemos a viver acima deles”.

Mordo e Doutor Estranho tem características distintas, sendo a principal diferença o questionamento dos ensinamentos da Anciã, os dois tem visões opostas quanto a isso, enquanto Stephen desconfia que sua mestra possa estar escondendo algo Mordo mantem uma confiança incrivelmente inabalável em sua mestra e em seus ensinamentos. Em determinado momento do filme é confirmado que Estranho estava certo a Anciã quebrava uma das leis para ter o poder de estender sua vida.

A convicção de Mordo tinha sido atingida em cheio, agora ele passa a questionar se tudo o que aprendeu era de alguma forma uma grande mentira, para ele as leis naturais não deviam ser quebradas, pois as consequências poderiam ser enormes, o que sua mestra tinha feito era uma traição que ele não poderia aceitar e então no final do filme [alerta de spoiler] ele deixa Kamar-Taj para seguir seu próprio caminho por que agora ele não queria mais viver em entre aqueles que quebravam as regras da natureza. Em seguida na cena pós-créditos do filme [alerta de spoiler] ele afirma que teve uma “iluminação” sobre o real proposito de um mago, “deturpar as coisas de sua finalidade...” “... roubar poder” então nesse momento é revelado o vilão Mordo que agora não liga para o equilíbrio, pelo contrario, ele tenta corrompê-lo.

É bem fácil pensar que a culpa de Mordo mudar sua visão sobre os magos e passar a perverter seu conceito é da Anciã, pois logo concluímos que ela está errada ao ensinar uma coisa e na pratica fazer exatamente o que vai contra seus princípios, nos até podemos responsabiliza-la em parte e mesmo a sua justificativa fazendo sentido se ao menos ela fosse sincera talvez isso não acontecesse. Contudo Mordo já não era mais um jovem, pelo contrário, ele carrega as marcas de uma vida difícil e é de se esperar que o mesmo tivesse maturidade para entender a situação e cooperar com seus companheiros (ele até ajuda, mas depois resolve se distanciar).

Enquanto você lia o parágrafo anterior conseguiu notar alguma semelhança com algumas situações na igreja hoje em dia?

Infelizmente existem muitos “Mordos” por ai que justificam sua decepção na falha de lideres que fracassam com seus ensinamentos, essas pessoas arrumam desculpas para mudar de igreja ou até mesmo sair delas, falam que todos os pastores são mercenários interessados apenas em dinheiro e que não tem amor pelas almas ou mesmo pelo reino de Deus, alguns dizem que os pastores são muito tradicionais e por isso a igreja não “vai pra frente”, todas essas desculpas apenas refletem um descompromisso que a pessoa tem com Deus e um compromisso com a tradição humana.

Não estou dizendo que não existam pastores mentirosos, que se aproveitam da inocência e necessidade das pessoas para arrancar o pouco de dinheiro que elas têm, mas esses não são pastores de fato e sim mercenários. Não podemos generalizar toda situação ruim por qual passamos e nem nos tornamos ingênuos por causa das situações boas, Jesus ao enviar os discípulos para o meio dos lobos recomenda: “... Sede, pois prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”. [Mateus 10.16]

Toda essa situação é semelhante ao exemplo de Davi antes de se tornar rei. Saul o então rei de Israel passou a perseguir seu genro com medo de ter seu trono usurpado, ele era um homem teimoso e apesar de ser um bom líder militar não era o mesmo em outras áreas, não gostava de ser confrontado, era colérico, não mantinha alianças, tudo isso contribuiu para uma desaprovação de seu reinado e Davi foi levantado como seu sucessor.

Em determinado momento Davi o encontra em uma posição totalmente vulnerável e é aconselhado por seus companheiros a dar cabo de sua vida ali mesmo. Davi rejeita essa ideia, pois era temente a Deus e aquilo não era sua vontade, talvez se ele tivesse o matado naquele momento estaria comprovando o que Saul pensara dele, que era apenas um aproveitador, mas deixando tudo ao seu tempo o rei de Israel caiu pelas suas próprias ações destrutivas e Davi foi coroado rei sendo tanto herdeiro legítimo, pois era genro de Saul, quanto aclamado pelo povo. [II Samuel 5.1]



Quando passamos por situações assim devemos depositar nossa confiança no Senhor e continuarmos fazendo a sua obra, se não temos maturidade simplesmente mudar de um lugar para o outro não resolverá nossos problemas, apenas irá adiá-los.

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